Ao emergirem das muitas conversas sobre a formatação do projeto “Revoada Sabiazeiro”, Isadora e Renato o definem desse modo: 6 voos, 24 canções, 4 por voo, cada voo com um tema, divididos em 3 fases, cada uma com 2 voos: “Distância”, “Casa Nova”, “Sabiazeiro”, “Maternagem”, “A Voz” e “Elementais”. Para tanto, reuniram em torno do duo uma equipe pensada para criar cada voo de uma forma, numa progressão, do mais simples e caseiro, até o que pode ser chamado de álbum-visual. Num processo de liberdade no qual não teriam como ensaiar, apenas escolher os temas e as canções, e mergulhar no sentido e na forma que foram compostas, contaram com o talento mágico de Cássia Maria na percussão, e do velho companheiro Zazá Amorim no contrabaixo, que gravou a si mesmo em home studio.

As participações especiais incluíram Paulinho Paes (Atibaia-SP) violão em “Antes da Aurora”, Alê Bragion (Piracicaba-SP), bandolim em “Além da Asa”, Luiz Waack (Piracaia-SP), violão aço e slide em “Para Asas”, Alessandro Ferreira (Península do Maraú-BA), violão 7 cordas em “Canto e Caminhar”, todos registrando a si mesmos em seus celulares ou home studios, além das honrosas participações da voz e piano de Ísis Gonçalves (SP) e da voz de Fernanda Torres (PA) em “Confissão”, ambas mães de Isadora e Renato, respectivamente.

Esse crescendo também se dá no audiovisual, e para esse trabalho convidaram os amigos e cineastas Ian Iordanu (Atibaia-SP) e João Urubu (Belém-PA), cada um enxergando uma parte diferente desta árvore: um olhar do sudeste para o norte, e um olhar do norte para o sudeste, criando esse imaginário cinemático antes apenas sugerido nas letras e melodias do Sabiazeiro.

No voo “A Voz” realizado nos espaços cênicos da Casa dos Palhaços Trovadores (PA) e ATA Cultural (SP), tiveram o olhar sensível da iluminadora Natasha Leite (Belém-PA) e do iluminador Adílson Cunha (Atibaia-SP). Para a captação de áudio em Atibaia, contaram com Edson X do Portal Studio, que captou Isadora Títto, Ísis Gonçalves e Cássia Maria.

Em Belém, Renato Torres em seu Guamundo Home Studio registrou a si mesmo, Fernanda Torres, e realizou a mixagem e masterização dos fonogramas.

Fechando a brilhante equipe de comunicação e identidade visual, os talentos de Cris Silveira na Arte (que vinha colaborando com artes gráficas para o duo desde a Revoada 2018), Gabs Ramos no webdesign (que criou em parceria com Cris Silveira este site); Renan Ferreira cuidou das Redes Sociais e imprensa, e o ator e designer Zizo Lino, das transmissões das lives no Canal do Youtube. Na produção executiva, a atriz Aline Grisa (Bufa Produções), e finalmente, Isadora Títto na produção artística e idealização da “Revoada Sabiazeiro”.

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No ano do início da pandemia da Covid-19 no Brasil, o duo revisitou, em outra camada, o trabalho à distância como realização do encontro: um vídeo compartilhado da recente canção “Casa Nova”, e também uma série de conversas virtuais com seus parceiros no projeto “Prosa no Ninho”. A partir das reflexões dessas duas experiências, dois novos projetos foram criados, ambos com a percepção do crescimento do Pé de Pássaro, hoje também percebido como “Sabiazeiro”, a árvore que frutifica/floresce sabiás. Mergulham em várias reuniões virtuais para organizar a “Revoada Sabiazeiro”, a primeira criada e realizada totalmente à distância e também pela primeira vez com o apoio de um edital – Programa de Ação Cultural (ProAC Expresso LAB 39) – Lei Aldir Blanc – Governo do Estado de SP – Governo Federal. Ao burilarem o projeto, percebem que a maturidade de mais de oito anos produzindo à distância os colocava numa posição privilegiada para lidar com os desafios impostos pela pandemia.

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Em dezembro se encontram em Atibaia para o que chamaram “Revoada no ninho”, momento de revisitar e adubar a terra, podar a árvore e celebrá-la, atentando para todas as canções já compostas durante a trajetória, e compondo novas, em imersão na nova residência de Isadora. Mesmo sem os costumeiros voos do Pé de Pássaro, visitam os trabalhos um do outro, como no “Estudo de Ocasião” do grupo Teatro do Osso, de Isadora Títto, realizado no Teatro Ágora em São Paulo, e na 13ª edição do Sarau da Jandyra, idealizado por ela, realizado na ATA Cultural, em Atibaia; também sobem juntos no palco do lançamento do álbum solo de Renato Torres “Vida é Sonho” no Galpão 27, em Atibaia. Neste percurso, novas canções brotaram, como “Casa Nova”, “Recanto”, “Mãinha” e “Os Elementais”, bem como um novo parceiro, o jovem artista paulistano Ian Iordanu em “A Chuva”.

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Em julho o duo segue com a Revoada “Voar a Pé”, aportando em Belo Horizonte-MG. Em terras mineiras, apresentam-se na charmosa Cafeteria da Fazenda, chegam na incrível Associação Suricato de Trabalho e Produção Solidária, e encerram na Escola de Música Moderatto, todas com participações especiais das artistas Mariana Bizzotto (MG) que também realizou a produção dos voos – e Carol Magno (PA). Voltam a se apresentar no pequeno teatro da Cia do Pássaro – Voo e Teatro, em São Paulo, contando com a participação de Zazá Amorim (baixo) e Beto Caldas (percussão e vibrafone), e finalizam a Revoada na Estação SESI de Cultura de Atibaia, como parte da programação do Festival de Inverno daquele ano.

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O duo lança o EP “Voar a Pé” pelo selo paraense Na Music no dia 4 de setembro nas plataformas digitais, e o ano marca também as maiores revoadas de sua trajetória. A Revoada “Voar a Pé” começa no sudeste em setembro, na velha casa carioca La Carmelita, na Lapa; de lá vai para o Estúdio Azul em São José dos Campos, com participação especial do compositor Henry Burnett (PA); apresenta-se pela primeira vez na Casa Viva em Piracaia-SP, com participação especial do guitarrista Luiz Waack (SP);

em seguida chega na Ocupação Independente Aqualtune em São Paulo, onde participam as artistas Mariana Bizzotto (MG), Carol Magno (PA) e Ísis Gonçalves (SP); pousa na caixa preta da ATA Cultural – Associação Teatral de Atibaia, e segue para o bairro da Mooca em São Paulo, na sede do grupo de teatro Xingó, com participação especial de Carol Magno (PA); retorna para Atibaia e ocupa mais uma vez o Jardim do Solar no Casarão Júlia Ferraz. Além disso tudo, gravam entrevista para o programa Cotidiana, de Hanna Gouvêa, transmitida pela internet, e realizam um histórico ensaio fotográfico no Parque da Água Branca em São Paulo, com a fotógrafa e amiga Germania Heibe, cujas imagens ilustram toda a divulgação do lançamento.

Em Belém, já com o EP físico, a Revoada começa em novembro pela Casa do Fauno, com a participação de Maurício Panzera (baixo) e João Paulo Pires (percuteria), onde são registrados pela equipe do site Guiart num bem cuidado documento audiovisual para sua seção Guiart Viu; de lá, se apresentam no programa Conexão Cultura ao vivo, na TV Cultura do Pará, com Maurício, João, e Jade Guilhon (viola de arco e bandolim); seguem para a Casa Oiam, onde, além do trio, contam com a participação de Diego Xavier (bandolim), Dionelpho Jr. (percussão) e Carol Magno (voz). Fecham a Revoada no Espaço Cultural Sinhá Pureza, com Maurício, João Paulo, e a maior plateia até então, com a presença de muitas crianças.

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Em setembro, o duo realiza a Revoada “Para Asas”, que começa com um retorno à pizzaria La Carmelita na Lapa carioca, com a participação especial do paraense Márcio Moreira (voz e performance), segue para Jundiaí-SP, onde participam do Ocupa Sonora do Coletivo Coisarada, com a participação especial de Diogo Soares, da banda acreana Los Porongas; na capital paulista, apresentam-se no pequeno palco da Sensorial Discos na Rua Augusta, novamente com participação de Diogo Soares, e retornam a Atibaia, onde se apresentam na inauguração do Jardim do Solar do histórico Casarão Júlia Ferraz.

Nesse meio tempo, seguem as gravações do EP, com a produção de Zazá Amorim, construindo arranjos e contando com diversas participações preciosas, como o uruguaio radicado em São Paulo Jorge Peña e o paraense João Paulo Pires (percussão), os paulistanos Beto Caldas (vibrafone) e Daniel Grajew (piano), além do pernambucano-quase-paulistano Zazá (baixo acústico eelétrico). Na capa do EP, recebem a leitura gráfica inconfundível da artista visual Simone Siss (SP), com projeto gráfico criado por Renato Torres.

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Em dezembro, realizam o voo “Na Pulsação” dentro do projeto Augusta Energia Utópica, no apartamento do tropicalista Claudio Prado. Um tour de force de música, poesia, teatro, performance e audiovisual que durou horas, com a participação especial do paraense Cristiano Costa (percussão) e da mineira Mariana Bizzotto (voz), além de Binho Cidral, Filipe Ramos e Romario Oliveira, artistas/realizadores/idealizadores do projeto.
Nesse mesmo ano, iniciam as gravações das canções que comporiam seu primeiro lançamento fonográfico, o EP “Voar a Pé”, entre os estúdios Art Brasil em São Paulo, e Guamundo Home Studio em Belém.

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Em janeiro, o duo realiza sua primeira gravação em estúdio, a canção “Chegança”, com a participação de Zazá Amorim (baixo), Paulinho Paes (guitarra) e Marcelo Alves (bateria e percussão) no Mountain Studio do produtor Raul Sucena, em Atibaia. Em seguida, são convidados a se apresentar na programação do Sarau da Coisa, realizado pelo Coletivo Coisarada no Espaço Cultural Puxadinho da Praça em São Paulo, no dia do aniversário da cidade. Voando com a dupla, novamente Zazá Amorim (baixo), Alessandro Ferreira (violão 7 cordas), e a participação especial do paraense radicado em São Paulo Cristiano Costa (percussão).

Em fevereiro já estão em Belém, e se apresentam no Espaço Cultural Casa Dirigível, do Coletivo Dirigível de teatro, tendo a companhia de Maurício Panzera (baixo) e Armando de Mendonça (viola de arco e acordeon), amadurecendo nesse ponto as parcerias musicais tanto no sudeste quanto no norte, enquanto ampliam o repertório com novas canções. O voo da Casa Dirigível também marca o surgimento da camada cênica no trabalho, agregando figurinos, maquiagens e uma performance mais teatral. Completam a temporada belenense com apresentações
no Espaço Cultural Boiuna, e no famoso reduto de choro Casa do Gilson.Em setembro formatam o que seria sua primeira Revoada: uma série de voos com o mesmo título.
A Revoada “Além da Asa” iniciou na Universidade Federal de Viçosa durante o XVIII ENEARTE – Encontro Nacional dos Estudantes de Arte em Viçosa-MG, seguiu para Bragança Paulista no Teatro Rural do Galpão Busca Vida, e retornou à Praça Matriz de Atibaia, com a participação especial de Alexandre Lora (percussão). Em outubro, a Revoada chegou
ao palco de arena da Cia do Pássaro – Voo e Teatro em São Paulo, e encerrou no belo sobrado da pizzaria La Carmelita, no bairro da Lapa, Rio de Janeiro. Com exceção de Atibaia, os voos dessa revoada foram realizados, pela primeira vez, apenas com o duo em cena, o que oportunizou um dilatamento de suas performances individuais, e o aprofundamento
do jogo entre ambos e a plateia.

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No dia primeiro de janeiro, Renato Torres decide ir passar três dias em Atibaia, onde mora Isadora, para se conhecerem melhor. Os três dias viram dez, e a temporada rende várias canções, dentre elas a que veio a batizar o duo, “Pé de Pássaro”, melodia de Isadora letrada por Renato, que se inspira num figurino de infância de Isadora, onde se vê a plantinha donde brota um sabiá cantor (e o desenho, vetorizado, se torna a imagem-símbolo do projeto).

De volta a Belém, planejam à distância a primeira apresentação o primeiro voo! – do duo, que veio a acontecer em julho no Festival de Inverno de Atibaia, onde tocaram na Praça Matriz da cidade, acompanhados de Larissa Baq (percussão), Zazá Amorim (baixo), Alessandro Ferreira (violão 7 cordas) e Paulinho Paes (violão).
No início de agosto, fazem uma pequena apresentação no Acervo do Tuzzi em Bragança Paulista, com um repertório de música brasileira, e algum material autoral. Em setembro, realizam o primeiro voo em terras paraenses, no Sesc Boulevard (hoje Sesc Ver-O-Peso), com Larissa Baq (percussão), Maurício Panzera (baixo), e as participações especiais de João Paulo Pires (percussão), Paulinho Moura (violão 7 cordas), Diego Xavier (bandolim) e Claudionor Amaral (clarinete).

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